domingo, 21 de dezembro de 2008

Quando nos conhecemos?

Quando de fato conhecemos alguém?
Alguns dizem que não se conhece alguém até que more com essa pessoa. Visitar a casa de uma pessoa sem avisar, por exemplo, pode te surpreender com um universo particular completamente diferente do que imaginava.
Mas quando de fato conhecemos alguém? Você conhece alguém no trabalho, na faculdade, na internet, cria uma imagem, um modelo, transforma essa pessoa em símbolos e conceitos em sua cabeça, mas quão fiel é esse modelo?
Esse alguém é quem diz ser? Esse alguém é as histórias ou piadas que conta, os livros que diz ter lido, a música que ouve, os filmes aos quais assiste, as asneiras que diz, as boas ações que faz ou os atos ruins que comete?
Quando conhecemos as pessoas que nos rodeiam? Quando sabemos quem são os amigos ou inimigos? São os presentes que nos dão, o carinho que nos direcionam, as palavras que confortam, as palavras que machucam, a punhalada pelas costas, a punhalada no peito? São os bons momentos ou maus momentos que compartilham?

Quando de fato conhecemos a nós mesmos?
Quando atingimos momentos de êxtase e felicidade, ou nos instantes eternos de pesar e sofrimento? Nos encontramos quando achamos nosso lugar no mundo, ou nos achamos quando encontramo-nos em nosso interior?
Quem somos para o mundo e quanto dessa pessoa somos para nós mesmos? Somos quem queremos parecer? As histórias ou piadas que contamos, os livros que dizemos ou tentamos ler, a música que ouvimos, os filmes aos quais assistimos, as asneiras que dizemos, as boas ações que fazemos ou os atos ruins que cometemos? Até onde erramos, até onde estamos certos? Quanto do que queremos ser de fato somos, quanto tentamos mudar e nunca conseguiremos, e até onde escondemos mas alguns conseguem ver?

Gostaria de escrever com menos perguntas. Mas as respostas que procuro raramente alcanço. Quanto mais penso mais dúvidas surgem. Quanto mais reflito menos certezas eu tenho.

Cada dia aprendo mais.
Cada dia sei menos.

PS: Cadê o foda-se?

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

To feel or not to feel

That's eternally the question.

Mas acho que faz parte do processo, faz parte da evolução, dos momentos, da sequência, da lógica, a indagação permanente do sentir ou não sentir. É claro que sempre sentimos algo, mesmo que seja a necessidade violenta e faminta de nada sentir, mas sentimos a necessidade de bloquear aquilo que um dia nos fez sentir as pessoas mais felizes do mundo, e segundos depois as mais miseráveis a se arrastar por essa terra.
O que é o ser humano senão um turbilhão desorientado e sedento por sentimentos. O que é ser humano senão a essência do que respira e transpira. Pode parecer cliché do momento, do livro, do filme, mas dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos. Essa coisa é esse turbilhão. Essa coisa é a busca sem fim pela luz e entendimento do que somos. Somos seres que pensam e sentem, sentem e depois pensam. Somos seres que caminham, vêem, cheiram, lembram, relembram, desejam, possuem, descartam, arrependem-se, realimentam, afastam.
Por que frieza. Só por saber separar, ou controlar, ou não mostrar vulnerabilidade. Nada além de exercício exaustivamente praticado. Nada além do mais puro e necessário. Nada além da mais genuína armadura feita e posta junta com gotas rubras e outras incolores.
Mesmo quando se sabe estar fazendo a coisa certa, não facilita, e não auxilia em ignorar que algumas escolhas, algumas ocultações podem privar de aprendizado aqueles que tão pouco tempo tiveram para parar e pensar. E mesmo quando se tenta falar, mostrar, elucidar, o receptor há de se encontrar em estado perfeito de recepção. O que são imagens para um cego. O que são palavras ditas ao surdo.
É real a vontade de contribuir mesmo que minimamente, pois apesar de pregar o desprendimento dos pilares em nós construídos, há sempre a esperança de melhores construções, de idéias antes ou por outros impensáveis e inovadoras que tão melhores muros podem produzir. Há de se pensar além da cabeça, além da própria cabeça, pensar no emaranhado da inteligência coletiva que talvez exista numa rede invisível de teias interligadas, de todas as cabeças, ou ao menos das cabeças que ainda não desistiram ou não aceitam se privar de pensar.
Interessante ver o desenrolar do esquecimento. O exercício que aos poucos apaga, bit por bit, informações que às vezes enganam e parecem permanentes, mas com o tempo pouco sobra para formar dado completo e compreensível. Num dia alguns parágrafos revelam todo o volume da história, e dias depois diversas letras são incapazes de formar palavra qualquer. Talvez seja um embaralhamento, um espalhamento, a primeira e a última letra de cada palavra se misturando e fugindo, enganando o cérebro, desafiando o raciocínio, escapando do entendimento, evitando as emoções.
Ainda quando se tenta reescrever em tal página, sobrescrever bits and pieces de informação, existe o risco de duas letras se reorganizarem no início e no fim, e aquela palavra provocar um breve instante em que se revive o momento, cheira novamente o cheiro, saboreia o sabor, toca o toque, sente o sentimento, e tudo ao mesmo tempo faz e perde o sentido.
E os valores mutantes, os valores individuais, os valores coletivos, os valores forçadamente difundidos que te obrigam a preservar, a perpetuar, a defender, os valores que frequentemente pressionam, contradizem, conflitam, não servem, e acabam por desvalorizar. O que são valores quando as coisas mais importantes na existência são esquecidas e ignoradas, quando a essência se torna invisível aos olhos que não querem ver, quando o conteúdo grita aos ouvidos que não querem ouvir. Do que adianta cobrir, evitar, calar quando se transborda e propaga por todos os poros tudo aquilo que há de mais repugnante e atraente nesses animais que sentem e pensam. Pra quê valores quando ninguém leva em conta. Pra quê valores quando ninguém faz valer a pena.
Mas no final das contas, tem-se de se preocupar com o canvas à tua frente. Observa as cores que se misturam. Percebe as figuras que se formam. Ouve os sons que rodeiam. Cria tua própria sinfonia, vê teu próprio filme, aprecia teus sabores, canta tua melodia e sente teus prazeres. Te faz bem? Então faça. Sinta.

(E foda-se?)

domingo, 13 de julho de 2008

Pensamentos aleatórios colhidos ao passar de um dia ordinário como eu

Os Físicos queimam seus neurônios buscando o que eles chamam de "teoria unificada" onde, segundo eles, seria possível prever o estado do Universo e tudo contido nele em qualquer momento. Isso quer dizer que seria possível prever até nossas ações. O grande paradoxo de tudo é que, para isso acontecer, teoricamente teria que existir uma teoria que preveja que vamos descobrir essa teoria.
Pulando essa parte meio sem sentido, imagine se pudéssemos prever o que nós mesmos vamos fazer em um determinado momento. Até onde essa sensação de controle nos seria confortável ? Afnal de contas, como diz o torturador, o problema não é sentir dor, e sim ficar na expectativa de quando irá senti-la.

Mas será que muita coisa já não é assim ? Hoje fui a um casamento. Sozinho, por razões que não cabem explicar aqui e agora. Tudo é meio datado. Você sabe como e tem uma boa noção de quando as coisas vão acontecer. Não há muitas surpresas. Fiquei viajando sozinho enquanto assistia à cerimônia. "E se eu saísse correndo agora e desse um empurrão nos noivos?"; "E se o padre surtasse e começasse a cantar I Dont Believe in Love ?"; "E se caísse um pedaço de meteorito na cabeça da senhorinha da primeira fila que tava quase dormindo?". Essas coisas poderiam ser previstas ?
Bah, me sensurei, pensando estar perdendo o juízo de vez. Mas sabe quando voce fica com a sensação de que há alguma coisa fora do eixo, exatamente pelo fato de tudo ser previsível demais ? Dezenas de pessoas...cada uma imersa em seu próprio mundo, pensando sabe lá o que naquele momento. Talvez olhando pra mim e pensando "olha, tadinho daquele rapaz feioso ali, por que será que está sozinho?", talvez olhando pros noivos e dando graças a alguem por não ser ele lá, ou se perguntando, aflito "será que um dia serei eu?".
De certo na vida, só a morte mesmo. Talvez nem a morte, afinal, o que acontece depois que se morre ? Fica tudo preto, sem som ?

Sabe quando as vezes voce sente que não se encaixa direito em conceitos tão básicos que se sente até desconfortável por isso ? Voce pensa "pô, eu dou atenção à todo mundo da mesma forma, por que é tão difícil conseguir um pouco as vezes ?" Parece que o lance da seletividade impera sempre: não vou perder meu tempo com voce se voce não tem nada a me oferecer. Ou talvez apenas ser educado e falar "olá" e pronto, meu dever cívico do dia está completo.
Eu tinha tudo pra não ir ao casório hoje, afinal, não sou tão amigo assim dos envolvidos. Mas por uma questão de honra e respeito, estive lá. Camelei pra voltar pra casa de um lugar que nunca tinha ido antes, a pé, de onibus, metro e depois onibus de novo, mas fui. Custou ? Perdi meu sábado ? Perdi né ? Ganhei o que ? Não é assim que funciona, a tal da lei do esforço/reconpensa ? Bah, foda-se tal lei. Não sei o que ganhei, sei o que não perdi.

É difícil se esforçar pelo próximo. Mas o que não entendemos é que as vezes as pessoas ao seu lado estão tão vulneráveis quanto voce, apenas esperando por um gesto delicado da tua parte pra se sentirem seguras o suficiente pra mostrarem o que tem de bom e querem compartilhar. Eu procuro ser sempre simpático com todo mundo, vai ver por isso não tenho inimigos ou desafetos. Mas mesmo assim é difícil derrubar o muro contruído em volta das pessoas, seja lá por qual razão a barreira foi levantada (e existem milhares). Geralmente quando voce é simpático com desconhecidos, dá a este uma condição de superioridade, pois o mesmo pode interpretar isso como um cortejo ou algo parecido, e se colocar numa situação de dominador da situação. Aí geralmente já era. Voce vai ter que ser atraente o suficiente pra que o lado visual sobreponha-se ao restante, e "retomar" o controle.
Por que é tão difícil pras pessoas se abrirem ? Do que elas tem medo ? O que estão protegendo/defendendo ? Eu sinceramente não sei, só entendo que tudo isso é tão previsível que chega a ser massante. E quando encontramos uma alma que quebre essas expressões pré-definidas nos sentimos ameaçados: "...eu não confio em pessoas solitárias...os eternos espectadores da vida....observando, esperando....". Talvez tenhamos muito a aprender com eles. Ser, ou estar sozinho não é doença. Pode ser opção, pode ser falta de oportunidade. Mas de qualquer forma, sozinho ou acompanhado, o que nos torna tão previsíveis é o muro que construimos a nossa volta. Nos faz tolamente pensar que temos o controle de tudo que nos cerca, que somos inatingíveis e inalcançaveis e não nos deixa perceber que no fundo somos tão iguais...
Grande ilusão da alma humana, fonte de nossa maior força e ao mesmo tempo de nossa maior fraqueza.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Mas hein?

Bom, de acordo com seu desejo, tá aí, comentários deletados. Mas só umas coisinhas a serem notadas:
1) O autor do post na verdade é autora, eu, Adsartha, e não meu amigo Odin, então creio que adjetivos como "viadinho" e coisas do tipo não cabem aqui.
2) Eu escrevo em mais de um idioma pois felizmente tenho inteligência suficiente para saber mais de um. Acho o português muito bonito, mas escrevo na língua que fluir melhor no momento. Ah, sim, antes que eu me esqueça, o recipiente original do texto sequer entende português, e talvez por isso eu tenha escrito num idioma que ele entendesse. (E eu quis compartilhar o texto aqui de qualquer maneira, pra quem quisesse ou soubesse ler)
3) Não suporto comentários anônimos. Quer criticar, mostra a cara, VIADINHO. Aliás, viadinho não, pois tenho muito respeito por meus amigos homossexuais, bissexuais e afins, que com certeza teriam mais caráter do que você teve ao fazer esses comentários se escondendo.
4) Já passei por muita coisa ruim na vida, como você bem mencionou, passei fome, apanhei, já passei por muitos lutos, e quem é você pra saber o que eu posso ou não ter sofrido na vida?
5) Tomo meu texto não como expressão de sofrimento, e sim por auto-conhecimento, e evolução. Não choro pelas coisas ruins e/ou passadas, pois prefiro gastar meu tempo pensando em como melhorar a cada dia. Felizmente tenho sucedido bem nessa tarefa, e reler textos escritos no passado me mostram ainda mais o caminho de melhorias que tenho percorrido ao longo da minha vida.
6) Torço pra que tua cabecinha seja mais aberta algum dia, e você tenha capacidade de criticar construtivamente em vez de ficar por aí tentando provocar as pessoas com comentários pseudo-moralistas e infundados.
7) Agradeço muitíssimo por ter me dado a oportunidade de ponderar diante de seus comentários. Que bom que somos todos livres pra nos expressar de alguma maneira, não é? :)
8) E como já diz o título do nosso blog, FOOOOOOOOODA-SE ;P
9) Obrigada mais uma vez, por ter me dado um ótimo motivo pra rir E sorrir numa noite de cansaço pós trabalho e faculdade. Um abraço, quem quer que você seja ;)

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Recollecting pieces

Explorando aqui um dvd de backup, achei um texto que nem me lembrava de ter escrito.
Engraçado que de tantas mudanças e variáveis na vida, esse texto até que parece bastante constante. Quer dizer, eu o leio agora e creio que poderia tê-lo escrito 5 min atrás.
Não sei nem lembro quais eram as circunstâncias do dia em que escrevi, mas enfim...compartilhá-lo-ei.

Generic Ranting

Finding yourself was never the worst thing to do...

Fighting yourself was never the most pleasant thing to do...

Loving yourself was never the easiest thing to do...

Respecting yourself was never the most simple thing to do...

Educating yourself was never the cheapest thing to do...

Controlling yourself was never the lightest job you had to do...

Freeing yourself was never the brightest, most simple, cheapest, relaxing, most pleasant, most grateful, most rewarding or most whatever thing you could possibly wish to do...

Yet...

Losing or never finding yourself is living meaninglessly, falsely, theatrically.

Fighting yourself isn't just usually useless, but also tiring, stupid, hopeless, absurd.

Loving yourself is above all necessary. "There's a thin line between love and hate", so one can always walk on it - it'll always fall to this or that side now and then. Last but not least, one can never know if he/she will be loved enough by others, and one cannot live fully if never loved enough. How can one be sure to be loved enough? Tough, when you can rarely even trust your own cat. Or dog. Or bitch.

Respecting yourself is almost as necessary as loving. Except that even if you don't, it's just enough if other people do, because it means you're at least worth respecting. And hey, that's gotta mean something, right? I hope it does...

Educating yourself is optional. One can live without it. Recklessly or prudently, you can choose. It'll most likely be exciting. You just got to learn how to have fun. It's all about fun anyway. Just don't forget that fun sometimes has a price...sometimes a high price...sometimes a big and endless toll. Oh well, taking risks is fun for some people. So place your bets. Aaaand, spin!

Controlling yourself can be meaningless, fake, theatrical, useless, necessary and optional. Sometimes mandatory (mind you that necessary and mandatory are WAY different). Irresponsible control can result in disaster, just like involuntary control. I'm not saying that voluntary control isn't risky, but being it more difficult and rare, a successful voluntary control is nearly a gift from the gods. But then again, if you manage to have inner gods, you might as well say it's a gift from yourself, to yourself, and maybe to the world - as well as it can be some kind of doom for the world - but that's not your problem.

Freeing yourself...now, that is reaching perfection, fully and truly. Occasionally truly mad. Or madly deep - nothing but risks, again. An incomplete but high-scoring freedom can be acceptable too, after all, we're humans (or at least some of us are). Try and reach it. Or just don't. That's not my problem anyway.



PS: Von zwei Übeln wählt man besser das, was man schon kennt. (better the devil you know than the devil you don't)

Data de criação do arquivo: 08/04/2005

domingo, 22 de junho de 2008

Out of ...

As vezes, as pessoas por serem tão amigas, falam e fazem coisas sem pensar que aquilo pode te chatear. As vezes não é por maldade, é por desabafo, desforra. Mas atitudes assim podem comprometer o trabalho que é realizado em busca de paz.

Não gosto de ter inimigos, e nunca os tive na vida inteira. Pessoas que me fizeram mal eu procurei entender porque e tomei uma posição, mas nunca banquei uma guerra.

Não dá pra querer, é claro, que todos pensem igual a você. Mas apenas espero que armas não sejam mais empunhadas de qualquer que seja o lado.

Enfim, minha cabeça ficou pesada. Não porque eu tenha alguma pendencia do passado. Só porque eu não consigo entender as pessoas.... Se voce não entende, ao menos respeite. Se voce não gosta, ignore, não anuncie no rádio.

Enfim, vou parar de me enganar e admitir que as coisas continuam uma merda.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Seclusion

Ando pensando:

De nada vale ser bom, mas feio.

Mais vale ser mau, mas bonito.

Ideal seria ser bom e bonito, mas parece que tais qualidades são um pouco incompatíveis.

Geralmente o bom é bobo também. Essas sim parecem andar juntas most of the time. As equações que possuem o elemento "feio" geralmente resultam em respostas negativas, ou ao menos dependem de uma terceira variável pra dar jogo. Tipo:

Se é bom e feio, tem que ter dinheiro. Se não tiver dinheiro, tem ao menos que ser "descolado" ou bom em alguma coisa, pra se destacar. Ser bom, e só bom, não serve pra muita coisa.

Não adianta. A beleza se põe na mesa sim. Não sei se sempre foi assim. Sei que nem pra todos é uma constante verdadeira. Mas na média, é. O bom feio faz de tudo pra agradar, e o bonito e independente de outras qualidades agrada mais, e mais rápido. É natural do ser humano. Digo que até instintivo. A gente tem instinto de caça, e geralmente não se caça feios. Então a eles sobram, como já dito, buscar outros meios para se mostrarem atraentes.

As opiniões aqui descritas não refletem necessariamente minha maneira de pensar, e nem sugiro que seja a de alguém. São apenas dados coletados das observações que tenho feito ultimamente

Não sei ao certo em qual das equações me encaixo. Se sou bom, que é o que a maioria das pessoas dizem, então me levo a pensar que sei quais são minhas outras variáveis...na verdade, constantes. E não sei onde isso vai me levar.

Existe um tal de X-Factor que não me deixa dormir em paz...

quinta-feira, 12 de junho de 2008

...

Como ando sem paciência, vai só a citação da semana.

"There are some that only employ words for the purpose of disguising their thoughts" (Voltaire)

E quem é que não faz isso on a regular basis?

Até.

Da derrota

Perder a gente perde todo dia alguma coisa.
Perder quando se tinha certeza que ia ganhar dói.

Mas perder quando se achava que nem se podia mais competir, resgata a honra e a dignidade.

Bola pra frente...

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Vou abrir um parênteses

(
pronto, já abri. Agora vou fechar
)

02x11 - Do Big Bang ao Big Crunch

Engana-se quem pensa que é o centro do universo.
Centro do universo nem existe, uma vez que está em constante expansão.

Então por que as vezes as pessoas simplesmente não baixam a guarda e aceitam que no fundo somos todos poeira cósmica, feitos da mesma coisa e vindos do mesmo lugar. Do tal do orgasmo primordial ? O começo do começo ?
Sempre tive dificuldade em entender o próximo, por mais próximo que ele esteja.

E justo eu, que julgo, e já fui avisado que sou uma pessoa tão simples de se entender. Bom, sei lá. Não se pode esperar que todos pensem e ajam igual a voce.

Portanto, fica assim.

Bem auto explicativo o post né ? Huhuae.
Na verdade é só uma questão de não entender mesmo o comportamento alheio, de forma genérica.

Hoje mesmo vi na tv uma minazinha falando que tinha arrumado emprego e tals, e ai podia agora comprar o material escolar do filho....
Devia ter no máximo uns 22 anos. E pensei em por que as pessoas tem filho tão cedo ?? Incrível! Voce vai falar: "desinformação", ou sem vergonhice mesmo. Eu fico mais com o seguindo, e acrescento "falta de preparo" como ingrediente. Como alguem que mal limpa a bunda por conta pode colocar alguem no mundo ?
Ai depois critica a fulana e a ciclana por coisa menores que isso.

Bah, enfim, é isso. Não entendo quase ninguem e seus atos/pensamentos. Acho que sou ET.

Vou parar de ser legal com as pessoas. Se é que o fui alguma vez.

Sentido da vida: ->
Nasce/Faz Merda/Morre

domingo, 8 de junho de 2008

Capítulo 6, paragrafo 8 - Da Seletividade

Quando se está afim de fazer amizades virtuais, o Orkut continua sendo uma ótima ferramenta. Voce clica no seu amigo ali no canto, vai pro perfil da pessoa, ai ve uma outra fotinha ali do lado que parece ser interessante, vai clicando, clicando e quando ve ja está bem longe de casa...

Nos últimos tempos tenho feito bastante amizades assim. Obviamente com mulheres na sua grande maioria. Agora com essas implementações de proteção, muitas vezes voce mal pode visualizar o perfil da pessoa, tudo travado (tem gente que tá fula com isso, por não poder mais bisbilhotar a vida alheia com maestria). O interessante de se notar é a seletividade que rola na hora de adicionar, ou ser aceito por alguém.

Voce percebe que se não satisfizer alguns pré-requisitos minimos, no donut for you. Geralmente esses quisitos flutuam em torno de beleza e "ser descolado". E não adianta hipocrisia de nossa parte, geralmente fazemos a mesma coisa tambem, salvo raros casos onde algo a mais acontece.

O que rola é que as vezes, depois de passar no teste e ser aceito (ou aceitar a pessoa) voce acaba perdendo o contato rapidamente, simplesmente porque o papo não flui, não há o que conversar...Sem contar nas pessoas que simplesmente o fazem pra aumentar o seu contador e se mostrarem populares.

Sei lá, é esquisito tudo isso. Outro dia mesmo, vi um thumb de uma pessoa que havia me visitado, achei linda. Depois de algumas "entrevistas" veio a efetivação da amizade, e ai quando visitei a pagina e comecei a olhar as fotos, eram tantas, mas tantas, que cansei daquela beleza tão rapidamente...Sempre sempre dá muita saudade daquela época que conseguir uma foto da pessoa que se gosta era um troféu...voce fazia de tudo pra conseguir e guardava num envelopinho, dentro daquela gavetinha especial, porque nem o negativo tinha e scanner, o que era isso ?

Pois é. Nos tornamos reféns disso tudo, é preciso admitir. Eu mesmo o faço o tempo inteiro. Mas sei lá, as vezes parece que vamos na contramão daquilo que mais tinhamos de puro no nosso interior...

... e as vezes nem sabemos dizer ao certo o que era. Só sabemos que estava ali, e parece não estar mais.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Aquela noite...

Sentou-se à porta da varanda para contemplar a lua cheia
Respirou fundo
Lembrou-se de tantas pessoas que já passram por sua vida
Pensou ainda mais forte naquelas que gostaria que tivessem ficado
Naquelas que ele quer que fiquem, mas parecem estar passando....

Tentou entender o porquê das pessoas "perderem a graça"
Analizou antigos históricos, fotos amareladas, velhas agendas

E não encontrou explicação

Pra ele, algumas pessoas tinham mais graça antigamente
Mas pra elas, decerto devem se sentir melhor agora, assim é o mundo

Então, começou a pensar em si mesmo
Se analizou, seus históricos, suas fotos, suas ações
Percebeu que se sentia mais belo e confiante outrora
Entendeu que é mais maduro agora
E ficou feliz em constatar que não perdeu a graça
Tudo que mais preza continua intacto, e teve a confirmação

Como adaptar um motor com sede de correr em uma carcaça que precisa de reparos ?
Precisa mesmo, ele pergunta novamente
E lembra novamente de tanta coisa que já passou
Corre e pega o diário de 9 anos atrás, e abre no dia de hoje

O trecho do final do dia dizia assim:
"...é só ir lendo, que qualquer dia você (o suposto leitor, no caso ele mesmo) achará histórias muito emocionantes."


Lembrou-se de muita coisa boa que passou aquele ano, que ele considera um dos melhores que já viveu, e sentiu novamente o espírito que o possuía à época.
Percebeu também que não conhece ser mais saudosista que ele próprio ao reparar que considerava que fatos de menos de um ano atrás eram inesquecíveis e irrecuperáveis também.
E riu ao imaginar que daqui a um ano talvez, lembre-se com nostalgia doce e sentida desta daquela noite sentada na varanda pensando nisso tudo.

Fechou o diário com força e disse a si mesmo "voltarei a ser assim"
E depois disse baixinho a si mesmo "quero ser pra sempre assim"

Levantou-se, foi pegar outra taça de vinho, e passou mais algumas dezenas de minutos conversando com o cão.

Aquela noite a lua era cheia.

Aquela noite demorou a dormir, pois sabia que quando adormessece ela se tornaria passado.
E o passado o trazia saudades....

....aquela noite.

domingo, 4 de maio de 2008

Garçom, uma dose de ânimo, por favor!

Por Zeus, alguém me chacoalha e me livra desse marasmo!

Cansei da vidinha mais ou menos. Até mesmo a correria me é desinteressante. Gritando por problemas que não tenho meios de resolver. Resgatando ideais que às vezes não fazem sentido.

Mexi a colher para o outro lado mais uma vez, pra ver se o "desandado" volta a andar. Não sei bem como fazer daqui pra frente, mas vamos experimentando aos poucos, e vendo se precisa adicionar algo.

Vontade de pular, pra todos os lados, pra cima de tudo, acabar com esse chove-não-molha, substituir meias-ações por momentos memoráveis, meias-palavras por obras completas, meias-notas por sinfonias inteiras.

Quando pensei que estabilizaria e finalmente terminaria o que comecei, vêm os pontapés pra desequilibrar, os tapetes puxados, o mau cheiro, o ambiente desagradável e degradando, a sujeira e a falta de caráter. E quem diria que isso é minha vida acadêmica.

Acho que vou brincar um pouco com fogo, cutucar a "vara com onça curta", enfim...pelos menos assim há alguma chance de resultados, apesar dos riscos. Vai que "tocomsort". :P

AAAAAAAAHHHHHHHHHHHH!!!!

Chocolate
Cerveja
Tequila
Sexo
Faz-de-conta
Música.

Às vezes confundo o que existe e o que não há, o que quero e o que não me interessa, o que não necessito e o que preciso.
Devaneios devaneios, tonteira e inquietação.

Só sei que não quero mais viver pela metade.
Chega.
Boa noite!

Opa!! E foda-se. Claro :)

segunda-feira, 28 de abril de 2008

52 Nights Unplugged (and drinking)

Nossa!
Primeiro, comentário off topic: eu tava há uma semana pra atualizar isso aqui, e hoje que tomei coragem vejo que minha parceira de blog, que cheguei a crer que havia abandonado tal profissão, o fez antes de mim. Fico contente de ver que a chama não tenha se apagado, e que possamos ser sempre agraciados com seus textos inteligentes e irreverentes.

Dito isto, entrei aqui pra falar sobre o tal do 52 Nights Unplugged, projetinho que os nerdsmaster criaram pra resolver um problema que eles mesmo criaram tbm: a porra do vício da internet.
Eu me considero viciado. Não desligo minha maquina de casa tem mais de mes, acordo pela manhã e no caminho pro banheiro dou uma mexidinha no mouse pra ver se tem coisa no Gmail (maldito Google), acesso o msn no celular e por ai vai.

Enfim, a idéia é vc escolher um dia da semana pra se desplugar totalmente da tecnologia. Se vc trabalha com isso, como é meu caso, então pelo menos a noite vc se mantem longe, até do radinho que usa pilha rayovac que fica em cima da geladeira.
Porque se voce realmente parar pra analizar sem sacanagem, vai ver que o negócio faz mal mesmo, voce se priva de coisas que eram prazeirosas e que nem se lembra mais o gosto. Fora o aspecto saudável, que fica jogada pra escanteio pra ser cobrado por saci-cego-manco.

Hoje começo essa budega, junto com meu housemate. Vamos ver no que vai dar. Falei pra ele que o único receio é ficarmos tão de saco cheio e resolvermos ir pro boteco, ai danou-se tudo, vou é ganhar um problema a mais.


Bom, é isso...daqui a pouco me desconecto, e volto ao "real world"

Ode a bunda dura, por Ailin Aleixo

Tenho horror a mulher perfeitinha. Sabe aquele tipo que faz escova toda manhã, tá sempre na moda e é tão sorridente que parece garota-propaganda de processo de clareamento dentário? E, só pra piorar, tem a bunda dura? Pois então, mulheres assim são um um porre. Pior: são brochantes.

Sou louca? Despeitada? Então tá, mas posso provar a minha tese. Quer ver?

  • Escova toda manhã. A fulana acorda as seis da matina pra deixar o cabelo parecido com o da Patrícia de Sabrit. Perde momentos imprescindíveis de rolamento na cama, encoxamento do namorado, pegação, pra encaixar-se no padrão "Alisabel é que é legal". Burra.
  • Na moda: estilo pessoal, pra ela, é o que aparece nos anúncios da Elle do mês. Você vê-la de shortinho, camiseta surrada e cabelo preso? JAMAIS! O que indica uma coisa: ela não vai querer ficar "desarrumada" nem enquanto tiver transando. É capaz até de fazer pose em busca do melhor ângulo perante o espelho do quarto. Credo.
  • Sorriso incessante: ela mora na vila do Smurfs? Tá fazendo treinamento pra Hebe? Sou antipática com orgulho-só sorrio para quem provoca meu sorriso. Não gostou? Problema seu. Isso se chama autenticidade, meu caro. Coisa que, pra perfeitinha, não existe. Aliás, ela nem sabe o que a palavra significa, coitada.
  • Bunda dura. As muito gostosas são muito chatas. Pra manter aquele corpão, comem alface e tomam isotônico (isso quando não enfiam o dedo na garganta pra se livrar das 2 calorias que ingeriram), portanto não vão acompanhá-lo nos pasteizinhos nem na porção de bolinho de arroz do sabadão. Bebida dá barriga e ela tem HORROR a qualquer carninha saindo da calça de cintura tão baixa que o cós acaba onde começa a pornografia: nada de tomar um bom vinho com você. Cerveja? Esquece! Melhor convidar o Jorjão.
  • Pois é, ela é um tesão. Mas não curte sexo porque desglamouriza, se veste feito um manequim de vitrine do Iguatemi, acha inadmissível você apalpar a bunda dela em público, nunca toma porre e só sabe contar até quinze, que é até onde chega a seqüência de bíceps e tríceps. Que beleza de mulher. E você reparou naquela bunda? Meu deus...

    Legal mesmo é mulher de verdade. E daí se ela tem celulite? O senso de humor compensa. Pode ter uns quilos a mais, mas é uma ótima companheira de bebedeira. Pode até ser meio mal educada quando você larga a cueca no meio da sala, mas adora sexo. Porque celulite, gordurinhas e desorganização têm solução (e, às vezes, nem chegam a ser um problema). Mas ainda não criaram um remédio pra futilidade. Nem pra dela, nem pra sua.

    Blog Mulher honesta, por Ailin Aleixo

terça-feira, 1 de abril de 2008

02x05 - Flashes Before Your Eyes

Enquanto você está lendo este texto, alguem está morrendo. Alguem acaba de nascer. Pessoas estão casando. Alguem está sendo assaltado e alguém acabou de espirrar. Um orgasmo acabou de acontecer. Uma paixão acabou de nascer, daquela olhada seguida de um sorriso. Um pecador chora seus pecados, uma viúva luta contra sua solidão. O médico dá a notícia e diz que fará o seu melhor...As esperanças do mundo morrem e se renovam.
Porém, em meio ao mar de gente, ninguém se sentia igual a ele. Não que fosse diferente ou especial, mas era um sentimento que ele mesmo não sabia descrever. O coração que batia descompassado, como se embriagado, a mente que não sabia pra onde se dirigir. Toda noite por muitos anos se sentia assim, mas hoje parecia diferente. Como se algo lá no fundo tivesse acordado com fome. Ele coça a cabeça, olha pro lado, pensa "vou parar" mas não consegue. O desejo o impulsiona, e ele continua.
Ele olha pro lado de novo. Ve a parece descascada, e pensa em quantas vezes já lhe passou pela cabeça a idéia de pintar aquela parede, e por quantas vezes ainda mais venceram a idéia de deixar pra depois. Não fosse tão irritante divagar sobre seus próprios erros, o faria com mais aplicação.


Water under the bridge, man...

O frio que sentiu hoje à noite acertou de súbito. Um sentimento há muito adormecido. Uma leve brisa gelada o fez sentir ha 15 anos atrás, sentado no quintal com seu amigo, conversando sobre as aflições de uma então jovem alma que não tinha motivos para se preocupar, mas mesmo assim os procurava.
Hoje, o frio que bate, bate mais fundo. O casaco não o retém.
Hoje o frio que bate, o faz querer voltar. Pro que é seguro, calmo, aconchegante.

Mas onde está a chave de casa ?

segunda-feira, 24 de março de 2008

Dim Me as new adodb.recordset

Variaveis.
Como o próprio nome já diz, variam. E por variarem, jamais saberemos seu estado daqui a 5 minutos.
Variaveis.
São uma incógnita. São voláteis. Perdem a memória se falta a força, se a pane surge. Variam.
Não são constantes, obviamente. Não tem a previsibilidade das constantes. Voce sempre vai saber o que esperar destas. Por um lado são seu porto seguro. Te fazem sentir protegidas, porque voce sempre saberá a resposta da pergunta feita.
Mas variáveis não
Voce pode dar a ela o valor que quiser. Ou ela mesma pode se atribuir o valor resultado de uma ação.
Eu particularmente tenho sentido uma certa atração inexplicável pelas variáveis....
Alias....acho que é explicável sim: eu me tornei uma.

Eu sou uma variável...justo quando o que eu mais queria era encontrar a minha constante...
E quando eu acho que encontrei...eu vario outra vez.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Eu (não) sou a lenda

Hoje fui assistir a esse filme ai: Eu Sou a Lenda.
Achei fantástico. Fantástico porque trata de solidão, daquilo que ela faz com você. Trata de esperança, daquilo que mantém voce de pé acreditando em algo que teoricamente não deveria mais. Os efeitos são ótimos, o clima arrastado e silencioso te deixa apreensivo.
Parece minha vida às vezes. Ultimamente tenho esperado. Não sei por o que. Tenho esperado que algumas pessoas me procurem pra dizer que está tudo bem, ou simplesmente pra dizer que curtem conversar comigo e estão afim de um bom papo.
Esperado que as coisas se ajeitem depois da tempestade. As águas estão voltando a acalmar. O quão bom é não sei dizer não. Alguns dos meus erros continuam caminhando comigo. Outros, sepultei e gritam de seus caixões por minha companhia. Geralmente os erros gostam de ficar presos aos donos. E sempre o pegam novamente na próxima esquina.
Reencontrei semana essa um erro gostoso. Um daqueles que a gente não se envergonha de ter cometido. Fomos ao cinema, conversamos e relembramos o passado. Não nos víamos havia quase quatro anos. E é delicioso saber como certas coisas nunca mudam. Não nos aconteceu nada demais nesta noite além de uma doce sensação de Deja-vu. Reencontrar pessoas que fizeram parte da sua vida tempos atrás é uma ótima terapia: faz voce testar se suas qualidades ainda estão valendo e resgatar valores por hora perdidos.
Torço por um segundo encontro, que decerto deve acontecer. Ao mesmo tempo torço pelos sangues novos que tem aparecido. Entenda, não é no sentido pejorativo. É um lance muito mais da cabeça e das idéias que por ela flutuam. O resto é consequencia. Quero me testar com gente desconhecida. Quero saber até onde posso ir..
Quero saber se serei uma lenda, pra mim mesmo e pra quem eu desejar que seja.

E meus mais sinceros foda-se aos que merecem por direito.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Parabéns pro Sr. Odin!

Bom, era pra eu ter dado parabéns pra ele de manhã, mas ele não estava online, e agora está na festinha surpresa (EEE!!), então vou deixar meus rápidos mas sinceros desejos daquela coisa toda que a gente sempre deseja no aniversário do povo né.
Mas saiba que espero meeeesmo que tu tenha muitas felicidades, e tudo de bom e do melhor (incluindo as melhores cervejas, melhores mulheres, etc e coisa e tal :P E lembre-se do nosso trato caso sobre alguma hein? xD)
Que 2008 seja um ano maravilhoso pra ti ^^
Beijos e abraços mil e feliz restinho de aniversário com festa surpresa!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Começando 2008.

Sim, comunicação é um problema.
Não vou dizer que a falta dela, porque acho que excesso também não ajuda.
O problema não são apenas as pessoas que não falam umas com as outras, mas sim o fato de não sabarem falar. Ainda que se utilize o mesmo idioma, não há garantia de que a mensagem será devidamente interpretada pelo receptor. O que pensamos e o que falamos nem sempre são o mesmo, estejamos sóbrios ou não. Não lembro números agora (nunca lembro), mas uma pesquisa determinou a média de mentiras contadas por uma pessoa ao longo do dia. Não apenas mentiras com intuito de enganar, mas às vezes são pequenas inverdades. A boca muitas vezes pode mentir em relação ao que se passa na mente. A boca às vezes age mais rápido do que a tentativa de organizar os pensamentos, e a informação exteriorizada pode ser inexata, não propriamente uma mentira, mas também não uma verdade. Tento não deixar que o mesmo aconteça com meus dedos, apago, reescrevo, reestruturo, repenso, releio. Sei que está tudo uma bagunça, mas a comunicação é mais interna do que qualquer outra coisa.
Nem sei bem porque escrevo agora. Sei que foi influenciado pelo filme que acabei de ver, mas ainda não sei porque escrevo. Não espero mais que as pessoas leiam, e nunca esperei que elas entendessem o que deixo que leiam.
É o primeiro dia de 2008. Foi um dia tão lento quanto o último de 2007. Apesar de ser uma simples contagem temporal, uma simples imposição de calendário, que nada muda, senão o papel impresso com os dias e meses na parede, na mesa, as agendas...as agendas que empresas dão de brinde para que os funcionários se organizem bem e sejam eficientes, com a falsa impressão de que o empregador de fato quis presenteá-lo...As agendas que compramos na esperança de que dessa vez nos organizaremos e o ano talvez seja melhor e mais satisfatório do que o ano que passou. A preocupação com o tempo, com a idade, com as datas, horários, compromissos, aniversários, dias livres, descompromissados e sem ter o que fazer. Preocupação de não utilizar o tempo livre, de perder tempo, de desperdiçar. Incapacidade de simplesmente descansar e aproveitar o nada.
Mas até a comunicação interna falha. Confusão do que pensamos, sentimos, queremos, desejamos. Necessidade de fazer, evitar sentir, esquecer que se quer, evitar desejar. Falta de paciência e de tranqüilidade para aguardar, encaminhar e seguir os planos, cujos resultados não são imediatos, demoram, e vários dias, semanas, meses podem passar até que finalmente possa se aproveitar o que há tanto se anseia.
Comunicação. Mensagem. Enviada e recebida. Escrita e lida. Falada e ouvida. Gesticulada e vista. Interpretação e compreensão. As pessoas falham ao se expressar, as pessoas falham em entender. Falam quando deveriam se calar, e perdem as palavras quando mais precisam ser ouvidas.
Uma cadeia de palavras mal ditas, um turbilhão de idéias mal interpretadas. Um desentendimento, um erro, uma impressão que não deveria ter existido. Uma resposta ríspida, pré-conceituosa, cujo locutor julga ser certa, julga ter razão, e afirma que o receptor é quem julga. As pessoas sempre julgam, até mesmo quando acreditam em sua própria neutralidade. Mas as pessoas sempre julgam, mesmo quando se calam, e apenas olham.
A comunicação é um problema. O problema não é apenas linguístico, embora nossa literatura tenha ótimos exemplos de tais casos. Mas o problema também está na pressa, no pensar sem pensar, na avalanche de idéias, no enrolar da língua, na preguiça de refletir, no descuido do modo como se expressa.
Em 2008, desejo falar e ouvir menos bobagem.
Que os amigos, os que ainda restam, saibam quando calar-se, e quando fazer calar. Saibam quando abraçar, segurar as mãos, e permanecer em silêncio. Dar tempo aos pensamentos, aos questionamentos, ao nascimento das idéias.
Que nos próximos 365 dias das agendas e calendários, eu me lembre de todas as palavras que escrevi hoje, reflita, conteste, melhore, reformule e pratique.
Tentarei fazer de 2008 meu ano de comunicação, para mim mesma, mas desejando não ser a única a tentar.
Feliz Ano Novo a quem chegou até aqui.

Ah, e como minha comunicação também sempre se deu pela música, vou incluir um trecho que tem estado constantemente na minha cabeça:

"The more we wait for things to change
The more they stay the same
And the more they stay the same
We change"

PS: Foda-se. (Porque algumas coisas nunca mudam)