quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Eu (não) sou a lenda

Hoje fui assistir a esse filme ai: Eu Sou a Lenda.
Achei fantástico. Fantástico porque trata de solidão, daquilo que ela faz com você. Trata de esperança, daquilo que mantém voce de pé acreditando em algo que teoricamente não deveria mais. Os efeitos são ótimos, o clima arrastado e silencioso te deixa apreensivo.
Parece minha vida às vezes. Ultimamente tenho esperado. Não sei por o que. Tenho esperado que algumas pessoas me procurem pra dizer que está tudo bem, ou simplesmente pra dizer que curtem conversar comigo e estão afim de um bom papo.
Esperado que as coisas se ajeitem depois da tempestade. As águas estão voltando a acalmar. O quão bom é não sei dizer não. Alguns dos meus erros continuam caminhando comigo. Outros, sepultei e gritam de seus caixões por minha companhia. Geralmente os erros gostam de ficar presos aos donos. E sempre o pegam novamente na próxima esquina.
Reencontrei semana essa um erro gostoso. Um daqueles que a gente não se envergonha de ter cometido. Fomos ao cinema, conversamos e relembramos o passado. Não nos víamos havia quase quatro anos. E é delicioso saber como certas coisas nunca mudam. Não nos aconteceu nada demais nesta noite além de uma doce sensação de Deja-vu. Reencontrar pessoas que fizeram parte da sua vida tempos atrás é uma ótima terapia: faz voce testar se suas qualidades ainda estão valendo e resgatar valores por hora perdidos.
Torço por um segundo encontro, que decerto deve acontecer. Ao mesmo tempo torço pelos sangues novos que tem aparecido. Entenda, não é no sentido pejorativo. É um lance muito mais da cabeça e das idéias que por ela flutuam. O resto é consequencia. Quero me testar com gente desconhecida. Quero saber até onde posso ir..
Quero saber se serei uma lenda, pra mim mesmo e pra quem eu desejar que seja.

E meus mais sinceros foda-se aos que merecem por direito.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Parabéns pro Sr. Odin!

Bom, era pra eu ter dado parabéns pra ele de manhã, mas ele não estava online, e agora está na festinha surpresa (EEE!!), então vou deixar meus rápidos mas sinceros desejos daquela coisa toda que a gente sempre deseja no aniversário do povo né.
Mas saiba que espero meeeesmo que tu tenha muitas felicidades, e tudo de bom e do melhor (incluindo as melhores cervejas, melhores mulheres, etc e coisa e tal :P E lembre-se do nosso trato caso sobre alguma hein? xD)
Que 2008 seja um ano maravilhoso pra ti ^^
Beijos e abraços mil e feliz restinho de aniversário com festa surpresa!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Começando 2008.

Sim, comunicação é um problema.
Não vou dizer que a falta dela, porque acho que excesso também não ajuda.
O problema não são apenas as pessoas que não falam umas com as outras, mas sim o fato de não sabarem falar. Ainda que se utilize o mesmo idioma, não há garantia de que a mensagem será devidamente interpretada pelo receptor. O que pensamos e o que falamos nem sempre são o mesmo, estejamos sóbrios ou não. Não lembro números agora (nunca lembro), mas uma pesquisa determinou a média de mentiras contadas por uma pessoa ao longo do dia. Não apenas mentiras com intuito de enganar, mas às vezes são pequenas inverdades. A boca muitas vezes pode mentir em relação ao que se passa na mente. A boca às vezes age mais rápido do que a tentativa de organizar os pensamentos, e a informação exteriorizada pode ser inexata, não propriamente uma mentira, mas também não uma verdade. Tento não deixar que o mesmo aconteça com meus dedos, apago, reescrevo, reestruturo, repenso, releio. Sei que está tudo uma bagunça, mas a comunicação é mais interna do que qualquer outra coisa.
Nem sei bem porque escrevo agora. Sei que foi influenciado pelo filme que acabei de ver, mas ainda não sei porque escrevo. Não espero mais que as pessoas leiam, e nunca esperei que elas entendessem o que deixo que leiam.
É o primeiro dia de 2008. Foi um dia tão lento quanto o último de 2007. Apesar de ser uma simples contagem temporal, uma simples imposição de calendário, que nada muda, senão o papel impresso com os dias e meses na parede, na mesa, as agendas...as agendas que empresas dão de brinde para que os funcionários se organizem bem e sejam eficientes, com a falsa impressão de que o empregador de fato quis presenteá-lo...As agendas que compramos na esperança de que dessa vez nos organizaremos e o ano talvez seja melhor e mais satisfatório do que o ano que passou. A preocupação com o tempo, com a idade, com as datas, horários, compromissos, aniversários, dias livres, descompromissados e sem ter o que fazer. Preocupação de não utilizar o tempo livre, de perder tempo, de desperdiçar. Incapacidade de simplesmente descansar e aproveitar o nada.
Mas até a comunicação interna falha. Confusão do que pensamos, sentimos, queremos, desejamos. Necessidade de fazer, evitar sentir, esquecer que se quer, evitar desejar. Falta de paciência e de tranqüilidade para aguardar, encaminhar e seguir os planos, cujos resultados não são imediatos, demoram, e vários dias, semanas, meses podem passar até que finalmente possa se aproveitar o que há tanto se anseia.
Comunicação. Mensagem. Enviada e recebida. Escrita e lida. Falada e ouvida. Gesticulada e vista. Interpretação e compreensão. As pessoas falham ao se expressar, as pessoas falham em entender. Falam quando deveriam se calar, e perdem as palavras quando mais precisam ser ouvidas.
Uma cadeia de palavras mal ditas, um turbilhão de idéias mal interpretadas. Um desentendimento, um erro, uma impressão que não deveria ter existido. Uma resposta ríspida, pré-conceituosa, cujo locutor julga ser certa, julga ter razão, e afirma que o receptor é quem julga. As pessoas sempre julgam, até mesmo quando acreditam em sua própria neutralidade. Mas as pessoas sempre julgam, mesmo quando se calam, e apenas olham.
A comunicação é um problema. O problema não é apenas linguístico, embora nossa literatura tenha ótimos exemplos de tais casos. Mas o problema também está na pressa, no pensar sem pensar, na avalanche de idéias, no enrolar da língua, na preguiça de refletir, no descuido do modo como se expressa.
Em 2008, desejo falar e ouvir menos bobagem.
Que os amigos, os que ainda restam, saibam quando calar-se, e quando fazer calar. Saibam quando abraçar, segurar as mãos, e permanecer em silêncio. Dar tempo aos pensamentos, aos questionamentos, ao nascimento das idéias.
Que nos próximos 365 dias das agendas e calendários, eu me lembre de todas as palavras que escrevi hoje, reflita, conteste, melhore, reformule e pratique.
Tentarei fazer de 2008 meu ano de comunicação, para mim mesma, mas desejando não ser a única a tentar.
Feliz Ano Novo a quem chegou até aqui.

Ah, e como minha comunicação também sempre se deu pela música, vou incluir um trecho que tem estado constantemente na minha cabeça:

"The more we wait for things to change
The more they stay the same
And the more they stay the same
We change"

PS: Foda-se. (Porque algumas coisas nunca mudam)