quarta-feira, 18 de março de 2009

93 - Mas então, por que escreves?

" - A: Não faço parte daqueles que só pensam com uma pena molhada na mão; tampouco daqueles que se abandonam às suas paixões quando estão sentados em uma cadeira, com os olhos fixos no papel, diante de um tinteiro destapado. Escrever irrita-me ou dá-me vergonha; escrever para mim é uma imperiante necessidade; repugna-me falar disso, mesmo sob uma forma simbólica.
- B: Mas então, por que escreves?
- A: Ah, meu caro, ouve um segredo: ainda não descobri outro meio de me livrar dos meus pensamentos.
- B: E por que queres livrar-te deles?
- A: Por que quero? Mas eu quero? Eu necessito.
- B: Bem! Está bem!"

Nietzsche: A Gaia Ciência - Livro Primeiro

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