domingo, 21 de dezembro de 2008

Quando nos conhecemos?

Quando de fato conhecemos alguém?
Alguns dizem que não se conhece alguém até que more com essa pessoa. Visitar a casa de uma pessoa sem avisar, por exemplo, pode te surpreender com um universo particular completamente diferente do que imaginava.
Mas quando de fato conhecemos alguém? Você conhece alguém no trabalho, na faculdade, na internet, cria uma imagem, um modelo, transforma essa pessoa em símbolos e conceitos em sua cabeça, mas quão fiel é esse modelo?
Esse alguém é quem diz ser? Esse alguém é as histórias ou piadas que conta, os livros que diz ter lido, a música que ouve, os filmes aos quais assiste, as asneiras que diz, as boas ações que faz ou os atos ruins que comete?
Quando conhecemos as pessoas que nos rodeiam? Quando sabemos quem são os amigos ou inimigos? São os presentes que nos dão, o carinho que nos direcionam, as palavras que confortam, as palavras que machucam, a punhalada pelas costas, a punhalada no peito? São os bons momentos ou maus momentos que compartilham?

Quando de fato conhecemos a nós mesmos?
Quando atingimos momentos de êxtase e felicidade, ou nos instantes eternos de pesar e sofrimento? Nos encontramos quando achamos nosso lugar no mundo, ou nos achamos quando encontramo-nos em nosso interior?
Quem somos para o mundo e quanto dessa pessoa somos para nós mesmos? Somos quem queremos parecer? As histórias ou piadas que contamos, os livros que dizemos ou tentamos ler, a música que ouvimos, os filmes aos quais assistimos, as asneiras que dizemos, as boas ações que fazemos ou os atos ruins que cometemos? Até onde erramos, até onde estamos certos? Quanto do que queremos ser de fato somos, quanto tentamos mudar e nunca conseguiremos, e até onde escondemos mas alguns conseguem ver?

Gostaria de escrever com menos perguntas. Mas as respostas que procuro raramente alcanço. Quanto mais penso mais dúvidas surgem. Quanto mais reflito menos certezas eu tenho.

Cada dia aprendo mais.
Cada dia sei menos.

PS: Cadê o foda-se?

3 comentários:

Aeris disse...

Uia, nem sabia q vc tinha blog! XD UHAHUAUH

Nurdagniriel disse...

Eu acho que a gente nunca conhece alguém de verdade. Nem a gente se conhece de verdade. Então se a gente não se conhece, querer que alguém conheça é pedir demais.

Isso é realmente uma M. Só aumenta a insegurança em se abrir com alguém com medo de que esse alguém te machuque.

Mas pensando bem... as vezes é melhor nem conhecer alguém tão bem assim. Talvez se conhecessemos o lado sórdido das pessoas (todos tem) viveriamos mais sozinhas ainda.

Então sei lá... não tenho opinião 100% formada sobre o assunto ainda.

Anônimo disse...

Absolutely beautiful; poetic and philosophical. You have nailed a conceptual idea of consciousness via how we perceive and connect symbols and ideas to build patterns of recognition which serve to identify not only ourselves, but other people and the environment we interact with.

Your last two lines are especially true. You can always tell how much a person knows by how humble they are. For those who are arrogant have yet to truly explore enough of life and the world to see how little they truly know about it.

Again, excellent writing.